Quando surgiram ao grande público, há alguns anos atrás, os rapazes do Two Door Cinema Club foram uma das mais agradáveis surpresas no mundo da música. As letras simples e não tão trabalhadas se encaixavam perfeitamente nas músicas dançantes e divertidas do primeiro disco, Tourist History. Particularmente, me lembro que quando ouvi o trabalho pela primeira vez, logo de início gostei do estilo dos caras. Depois de quase dois anos de sua estréia no mercado fonográfico, a banda nos apresenta o álbum Beacon, que não segue de tudo os mesmos moldes de seu antecessor e, por isso, pode decepcionar alguns fãs mais excêntricos.
Okay, não vou ser totalmente crítico e dizer que Beacon é ruim. Não é. Definitivamente, é muito bom, especialmente se você olhar os aspectos técnicos do disco. Claramente, Beacon é muito mais trabalhado do que o primeiro, principalmente nas letras mais elaboradas. Enquanto em Tourist History temos composições mais “simples” e musical mais trabalhado, aqui temos quase o oposto: a música está ali, mas parece que ela é um mero palco por onde letras mais consistentes se apresentam. As melodias alegres cedem espaço às poesias mais intimistas e isso causa certa aflição para os fãs iniciais da banda.
Talvez por essa razão, o álbum possa não agradar imediatamente. Como toda banda, os caras amadureceram e criaram algo bem mais “adulto”. A melhor faixa para os fãs do grupo nos anos iniciais é, provavelmente, Someday, que, de longe, lembra em muito as primeiras composições. O resto, com exceção da baladinha Sun, parece muito mais daquilo que todo pseudo-indie está acostumado a ouvir. Não que isso seja ruim – mas tornam Beacon apenas mais um álbum entre tantos outros.

O trio britânico que conquistou os indies (ou os que querem parecer “cult”) com o álbum “Tourist History”, de 2010.
Por essas características, é difícil comparar Tourist History e Beacon. Particularmente, acredito que Beacon é melhor, mas prefiro o primeiro registro da banda. Beacon é um álbum sentimental e menos alegre, com as mesmas batidas vibrantes que marcaram o grupo, mas com letras muito mais elaboradas – tão bem elaboradas que acabam por se sobrepor à musicalidade do disco. Beacon tem uma estrutura legal, boa sequência e produção bem acabada, mas pode dividir os fãs que ainda não amadureceram com a banda.
Eu adorei “New year” pelo seu começo meio tecnológico e uma pegada mais “romântica” saudosista no final.
Apesar de também ver essa mesma sonoridade presente no primeiro album da banda. Estilo muito bom para passar a tarde no friozinho pensando nas letras e no momento em que tudo parece mudar na vida.
OOOOops “Next Year”