Emma é uma mulher que perdeu a visão ainda adolescente. Ainda assim, ela é capaz de levar uma vida “normal”: tem uma carreira como osteopata, recebe amigos em sua casa e acaba de vir de um divórcio. Já o mulherengo Teo é um dos bambambãs do departamento de criação de uma badalada agência de publicidade. O encontro dessas duas pessoas de mundos tão distintos é a linha narrativa principal de Emma, novo filme do milanês Silvio Soldini.
Apesar de sua cinematografia eficiente, Emma sofre com sua previsibilidade, já que o argumento recorre inúmeras vezes a soluções fáceis já bastante revisitadas. Particularmente, achei este longa igual a muitas comédias românticas francesas feitas aos montes nos últimos anos (aliás, isto não é apenas uma impressão, já que estamos diante de uma produção em parceria da França, Itália e Suíça). Não há a preocupação de trazer algo novo ou mesmo promover alguma discussão: pelo contrário, o filme se sustenta com uma história razoavelmente simples, sem muito a dizer, como se com o intuito único de reciclar o bom desempenho do casal de protagonistas sem se importar com algo mais elaborado. Vale a sessão? Sim, para uma sexta-feira à noite acompanhado, Emma é uma ótima pedida. É bonitinho, bem feito, tem lá sua lição moral – mas não vai muito além de um entretenimento sem compromisso quando claramente poderia ser muito mais.