O Poder e o Impossível (6 Below: Miracle on the Mountain)

Baseado no best-seller Crystal Clear, O Poder e o Impossível é um daqueles filmes em que você já sabe o que vai acontecer só de assistir ao trailer. Isso porque tudo o que vemos na tela nos remete às diversas outras produções do gênero, que recorrem aos mesmos elementos batidos para tecer uma trama de superação. No caso do novo longa de Scott Waugh (cujo currículo modesto inclui títulos meramente esquecíveis), o protagonista é Eric Lamarque (Josh Hartnett), um jovem rebelde à procura de respostas na vida: por conta do vício em drogas e do temperamento instável, ele abandonou uma carreira de sucesso nos esportes e agora vive recluso aos pés de uma montanha, onde pratica snowboard na neve. Às vésperas de uma audiência jurídica, Eric é surpreendido pelo tempo fechado e acaba ficando perdido em meio à vastidão do gelo, iniciando assim uma desesperada luta pela sobrevivência.

O roteiro (um tanto corrido, diga-se de passagem) do estreante Madison Turner possui duas narrativas distintas: uma central, no presente, que acompanha nosso herói durante sua odisseia; e uma alternativa, construída através de flashbacks, que nos ajuda a compreender o drama atual de nosso personagem. Há então uma certa dose de emoção e o argumento recorre a variados clichês já usados a exaustão, mas que o público “engole” com facilidade (como as cenas da infância de Eric, a pressão do pai autoritário, o abandono, etc.). Cria-se, assim, uma inevitável previsibilidade na história, é verdade; mas ao mesmo tempo gera-se também uma aproximação com o espectador. Nós sabemos o desfecho, mas ainda assim permanecemos à frente da tela esperando que ele ocorra. Muito dessa empatia é fruto da boa performance de Josh Hartnett que, através de sua atuação sóbria mas convincente, consegue transmitir toda a angústia de Eric ao se ver sem saída diante das situações mais adversas. Aliado a isso, temos ainda um eficiente trabalho técnico, da trilha sonora inserida em momentos chaves aos ótimos efeitos especiais e maquiagem. Dessa forma, é nítido que O Poder e o Impossível é um filme de fácil comercialização, já que possui exatamente aquilo que o público comum espera ao ir ao cinema. O problema, para os mais exigentes, é que este tipo de história de superação já está saturada e ao permanecer na fórmula batida tão comum a outros longas do gênero, O Poder e o Impossível se limita a um bom entretenimento, mas que já está pra lá de manjado…

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