D.U.F.F. (The DUFF)

Imagine vários filmes de comédia adolescente da década de 90 pra cá, como As Patricinhas de Beverly Hills, Garotas Malvadas, 10 Coisas Que eu Odeio em Você ou Gatos, Fios Dentais e Amassos. Pense em tudo o que eles tem em comum – de recursos visuais a personagens. Selecione corretamente os melhores pontos, aqueles que você sabe que vão funcionar de forma certeira. Pois bem: isto é D.U.F.F.

D.U.F.F. conta a história de Bianca, uma típica adolescente às vésperas do fim do colégio. Ela não é a garota mais linda nem a mais estilosa, curte clássicos de terror, não é popular e muito menos esportista; por outro lado, compensa todas essas “particularidades” com seu bom humor e lealdade aos amigos. Até descobrir que é uma “DUFF” – do inglês designated ugly fat friend, expressão utilizada para se referir àquela menina não tão favorecida fisicamente que serve de intermédio entre as amigas e as demais pessoas. Revoltada, ela pede ao seu vizinho bonitão que a ajude a melhorar o visual e ser mais sociável – em troca disto, ela se dispõe a auxilia-lo a passar de ano.

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Essa sinopse (ou parte dela) poderia se encaixar em qualquer comédia adolescente que se preze. D.U.F.F. é puramente um emaranhado de todos os clichês comuns ao gênero, desde a narrativa completamente batida, a trilha sonora pop e efeitos especiais aos personagens do longa, como o atleta com o corpo escultural, a loira fútil que sonha em ser a rainha do baile e o amor platônico da protagonista (que, no final, se mostra um grande imbecil). Tudo ali produz a incrível sensação de “já vi isso em algum lugar” – e ela é real. De fato, não há nada minimamente original no filme. No entanto, D.U.F.F. possui um ritmo tão leve e despretensioso que o espectador não se incomoda tanto com isso. Pelo contrário: quanto mais o filme avança, mais o público embarca na história.

A minha velha defesa é de que os clichês, quando bem utilizados, podem render resultados satisfatórios. D.U.F.F. é prova disso. Com uma boa química entre o elenco (com destaque para o casal Mae Whitman e Robbie Amell) e um humor estrategicamente pontual, D.U.F.F. não é uma produção extraordinária, mas cumpre muito bem sua proposta de entreter. Boa surpresa para um filme repleto de clichês – que são muito bem-vindos quando sabiamente utilizados.