Labirinto de Mentiras (Im Labyrinth des Schweigens)

Frankfurt, 1958. Johann Radmann é um jovem promotor de justiça que está iniciando sua carreira, cuidando de processos pouco expressivos e sem grandes perspectivas. A situação muda quando Johann descobre que um ex-oficial da SS está trabalhando como professor em uma escola infantil. Ao analisar a situação, Johann descobre também outros nazistas que, assim como o docente, levam uma vida normal, sem terem sido punidos pelos crimes que cometeram no passado. Com a ajuda de um repórter, Johann consegue carta branca em seu departamento para investigar os casos e reunir provas que possam incriminar os culpados – uma busca que se torna quase uma obsessão para ele.

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É interessante notar que vira e mexe surge um filme que traz alguma história relacionada aos fatídicos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. Desta vez, é a Alemanha que tenta ressuscitar seus próprios fantasmas recriando o processo jurídico que ficou conhecido como “O Julgamento de Auschwitz” que, com o depoimento de mais de 200 vítimas, condenou 17 nazistas por crimes contra a humanidade. Este drama alemão pós-guerra, no entanto, trata sobre um período em que o próprio país se recusava a admitir sua “responsabilidade” pelos seus atos. Duas décadas após o fim da guerra, boa parte dos alemães sequer tinha noção daquele bárbaro evento – quando não, encobria criminosos que saíram impunes. Era uma espécie de negação de seu próprio passado, como se nada houvesse ocorrido.

Representante oficial da Alemanha na categoria de melhor filme estrangeiro na próxima edição do Oscar, Labirinto de Mentiras levanta um questionamento inquietante: quem são os verdadeiros culpados por aqueles crimes? Afinal, enquanto soldados, estariam aqueles homens apenas cumprindo ordens? Ou há uma ponta de sadismo que faz com que ajam por vontade própria? Com atuação competente do protagonista Alexander Fehling, o ponto alto de Labirinto de Mentiras fica por conta de sua bela fotografia (com bastante luz e contraste de cores), uma direção de arte responsável por uma ambientação impecável e uma trilha sonora executada com maestria. Apesar disso, o roteiro não apresenta nenhum grande clímax e se mantém estável durante as duas horas de fita, o que pode ser cansativo para o espectador e fazer parecer que Labirinto de Mentiras foi feito exclusivamente para narrar fatos, quando claramente tinha muito mais potencial que isso.

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