Ai Weiwei é um dos nomes mais famosos e importantes da China contemporânea, atuando em diversas plataformas como designer arquitetônico, pintor, artista plástico, entre outros. Mas é como ativista social que Ai Weiwei ganhou notoriedade nos últimos anos, tornando-se objeto de estudo do documentário Ai Weiwei: Sem Perdão.
Dirigido por Alison Klayman, Sem Perdão nos apresenta um eficiente panorama sobre a multifacetada obra de Ai Weiwei, bem como suas ideias e posicionamentos políticos – estes últimos que o transformaram em uma verdadeira celebridade em sua terra natal. Em uma nação onde a população é controlada e o país é governado por um regime autoritário, sua arte transcendeu seu “lugar comum”. Sem medo de falar, Ai Weiwei é um símbolo da luta pela liberdade de expressão: vigiado, preso, com bens confiscados e um estúdio recém-construído devastado pelas autoridades locais, o artista chinês critica fortemente os valores da China atual utilizando sua arte como voz de protesto contra as artimanhas do sistema.
O documentário ressalta ainda a importância da internet na atualidade como mecanismo de expressão e organização de ideias, sobretudo através das redes sociais, dado o alcance dessas mídias. Mas principalmente Ai Weiwei: Sem Perdão levanta um debate necessário sobre o que, de fato, é arte e qual a sua função. Em uma época de repressão intensa, parecemos regredir a cada dia em vários aspectos e a arte sofre com isso. Vemos exposições canceladas, artistas reprimidos, museus fechados – enfim, manifestações artísticas são interrompidas em nome de um falso moralismo que vem contaminando as sociedades (e, curiosamente, também é bastante fomentado dentro da própria internet). A arte, no entanto é muito mais do que simples entretenimento: ela é um poderoso instrumento capaz de promover a transformação do homem em um ser superior e, consequentemente, abrir caminho para um futuro melhor.