Após um terremoto, uma enorme neblina misteriosamente invade Paris, dizimando grande parte da população. Aqueles que moram nos prédios mais altos têm a chance de sobreviver, já que a névoa pára a certa altura, formando uma espécie de teto que toma conta da cidade. Tudo o que resta é esperar por uma solução que parece estar longe de chegar. Neste cenário caótico, o casal Mathieu (Romain Duris) e Anna (Olga Kurylenko) luta pela sobrevivência e a vida de sua filha Sarah, uma jovem que, devido a uma doença genética, fica constantemente confinada a uma câmera estéril.
Dirigido por Daniel Roby, O Último Suspiro é um daqueles filmes de definição imprecisa. Devido sua narrativa um tanto peculiar, é difícil situa-lo como uma ficção cientifica, um thriller, um drama pós-apocalíptico, uma fantasia ou o que quer que seja. É uma produção bastante moderada, que passa longe de qualquer blockbuster norte-americano, mas que também sofre com uma ausência de profundidade que o impede de se destacar como outros títulos franceses contemporâneos, como o recente A Noite Devorou o Mundo. Assim, O Último Suspiro não conseguir ir muito além. Apesar das visíveis tentativas em criar um clima de tensão, o roteiro apresenta soluções que pouco convencem – isto sem mencionar o didatismo do mesmo em inúmeras passagens. O que vemos na tela são heróis que muito tentam, mas pouco conseguem fazer efetivamente, em uma corrida contra o tempo que se mostra desestimulante. Ainda que seja uma obra cheia de boas intenções, O Último Suspiro peca por ficar em cima do muro, sendo prejudicado até mesmo pela falta da megalomania tão comum a outros filmes do gênero.
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