Foo Fighters Comemora 20 Anos com “Sonic Highways”

Lá se vão 20 anos de carreira de uma das bandas de rock mais influentes dos últimos tempos: Foo Fighters. Duas décadas de sucesso e reconhecimento por parte do público e crítica tornaram o grupo um referencial para novos artistas – e, certamente por isso, vimos Sonic Highways, último registro de estúdio dos caras, despontar como um dos álbuns de rock mais aguardados do ano.

01Sonic Highways precede Wasting Light, de 2011 – trabalho que faturou o Grammy de Melhor Álbum de Rock e que foi o primeiro do Foo Fighters a alcançar o número um nos EUA, recebendo muitos elogios da crítica. Sonic Highways, apesar de não ganhar um título numérico, é totalmente trabalhado em torno do número “8” – é o oitavo disco da banda e traz apenas oito faixas (no total, o álbum tem pouco mais de quarenta minutos). Alem das obviedades, o “8” também serve como uma espécie de metáfora ao “infinito” – que é explícito na capa e na arte oficial do registro.

A faixa de abertura é Something From Nothing – um dos singles deste trabalho que possui uma das melhores melodias da banda em anos (apesar da letra parecer meio descuidada, mas ainda assim é uma ótima experiência), recheada com guitarras distorcidas. The Feast and the Famine chega em seguida, com muita rapidez que, de cara, já nos mostra que o grupo liderado por Grohl sabe fazer rock – aliás, esta é a canção que mais nos remete à linha sonora do disco anterior e onde Dave mais gasta seus dotes vocais (unânimes, diga-se de passagem). Congregation é outra boa pedida, mas que peca por sua duração (são cinco minutos de pouca inspiração musical ou nada muito novo ou grandioso) e por sua sonoridade bem próxima ao pop rock, com versos melódicos e riffs bem executados.

What Did I Go? / God As My Witness, como a própria formação do título sugere, poderia se dividir em duas partes: começa lentamente e depois explode em uma melodia mais carregada, com um guitarra e bateria em sintonia profunda – e terminando com um fade out que a deixa com um misto de nostalgia. Outside é a faixa pop, digamos – ao menos, percebe-se um maior apelo “popular” e moderno na composição, mas que é incapaz de fazer você pular (talvez pelo excesso de instrumental, que acaba cansando um pouco). In The Clear é música obrigatória, com ótimos arranjos mas que também sofre com uma letra pouco inspirada. Subterranean é uma balada que tem um ar meio obscuro que nos lembra alguma coisa feita por Ozzy Osbourne. Fechando o disco, Grohl nos delicia com I Am a River, belíssima e, de longe, a mais bem trabalhada canção, mesmo com seus sete minutos (a guitarra inicial e o desfecho são épicos).

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Sonic Highways não é um álbum totalmente excepcional e desprovido de defeitos – e o principal é a duração de algumas canções e seu toque experimental, que fizeram com que a banda perdesse um bocado de sua personalidade. No entanto, há de se admitir que é um registro conciso, redondo em sua proposta e bem equilibrado, com músicas boas mas não tudo aquilo que esperávamos de um grupo como Foo Fighters. Talvez o maior atrativo desta fase seja a série Foo Fighters: Sonic Highways, exibida pela HBO e dirigida pelo próprio Dave Grohl. São documentários que acompanham as gravações do disco ao longo das oito diferentes cidades onde as faixas foram produzidas (respectivamente, Chicago, Washington D.C., Nashville, Austin, Los Angeles, New Orleans, Seattle e Nova York) – e vem sendo bem recebida pela crítica. Talvez Sonic Highways possa não parecer neste momento uma obra grandiosa, talvez ela sobreviva ao tempo, quem sabe Dave e companhia façam coisas melhores nos próximos anos. Mas uma coisa é certa: Sonic Highways não é infinito em sua concepção.

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