Rebecca De Mornay não faria nada tão expressivo em sua carreira após o sucesso de A Mão Que Balança o Berço, um thriller de Curtis Hanson (de Los Angeles – Cidade Proibida) que foi amplamente elogiado pelo público e crítica na época de seu lançamento. Na trama, Rebecca dá vida a Peyton Flanders, uma babá que passa a atormentar a vida de uma família para vingar a morte de seu esposo.
Com um roteiro simples mas conciso, que vai nos dando pistas sobre os atos de Peyton mas sem se perder no meio-campo tentando explicar suas motivações, Hanson é competente ao transpor o argumento para a tela sem grandezas ou inventices. Do ponto de vista técnico, inclusive, A Mão que Balança o Berço é um filme que não chega a ser brilhante – na verdade, é bem mediano em diversos momentos. Porém é nítido o talento do cineasta para as sequências de suspense, que cresce à medida que a fita se desenrola e quase chega a alcançar o terror psicológico – não em nível tão requintado, é verdade, mas o suficiente para proporcionar um ótimo entretenimento.
Rebecca faz uma atuação coerente e bem articulada, sendo a escolha perfeita para o papel. Seu talento é imprescindível para a construção de Peyton, que ora é pura inocência, ora é pura maldade – o anjo e o demônio na mesma pessoa. As nuances de Peyton são bem delineadas por De Mornay, que recebeu bastante atenção na época. Soma-se ao elenco Annabella Sciorra, a dona de casa tranquila, porém frágil, alheia a todos atos da babá – a mocinha ideal, que ainda tem crises de asma, aumentando sua fraqueza diante das telas; e também uma Julianne Moore em início de carreira, com um tipo extravagante e esperto que chega a ter seu devido ponto alto na narrativa.
Apesar de a história não apresentar nada significativamente novo, A Mão que Balança o Berço nos traz personagens que são verossímeis – e isso é importante para que o público se identifique com o núcleo central. Trata-se de um filme bem feito e redondo, com um roteiro bem construído que pode até não marcar a vida do espectador, mas é suficiente para prender sua atenção durante a projeção.