“Angry Birds – O Filme” – Melhor Ficar nos Games…

Nunca fui muito fã de videogames, seja a plataforma que for. É um entretenimento que não me agrada por questões particulares, mas é inegável o sucesso de alguns games inclusive para a cultura pop. Talvez um dos exemplos mais interessantes dos últimos anos seja a série Angry Birds, desenvolvida pela Rovio Entertainment no final da década passada e que hoje já soma mais de 3 bilhões de downloads. O jogo foi absoluto – daí o frenesi com a notícia da adaptação de Angry Birds para os cinemas. Uma pena que, diferente do jogo, Angry Birds não funciona como filme.

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Angry Birds – O Filme é uma animação (da Sony Pictures Imageworks) que parte de uma premissa já batida em produções voltadas ao público infantil: um herói rejeitado percebe uma “ameaça” e, com o auxílio de amigos, salva os demais e vira o queridinho do momento. No caso do longa dirigido pela dupla Clay Kaytis e Fergal Reilly, o hostilizado da vez é Red, um pássaro ranzinza que vive em uma ilha onde a alegria é praticamente uma lei. Após dar um “chilique” com os moradores do local, Red é enviado para uma espécie de sessão de terapia para aprender a controlar seu temperamento. Lá, ele conhece outros pássaros “esquentadinhos” que ajudarão Red a resgatar os ovos das famílias daquela comunidade, que foram “sequestrados” por porcos verdes.

A verdade é que, exceto em sua terceira e última parte, pouco do material que o originou é referenciado em Angry Birds – O Filme. O conflito que gera a “narrativa” do game é restrita praticamente a um curto intervalo de tempo. Isso é ruim? Não seria se o argumento soubesse aproveitar o restante da fita com uma história que realmente fosse boa. Ao invés disso, o roteiro se perde em tipos clichês quando não mal aproveitados, piadas sem ritmo e uma trilha sonora para lá de fraca. Salva-se apenas a excelente estética: os cenários são primorosos e os personagens são graficamente bem desenvolvidos. Mas isso não é suficiente: Angry Birds não convence como animação. Talvez se a proposta fosse mais incisiva na caracterização dos “angry birds” reais, a coisa fluiria melhor. Pelo contrário: a trama nonsense e infantilizada de Angry Birds – O Filme o torna um passatempo passageiro assim como o jogo (que há muito perdeu o fôlego).

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