“Life – Um Retrato de James Dean”: Muito Menos Interessante que o Eterno Rebelde Sem Causa

Década de 1950. Durante a festa de um dos figurões da indústria hollywoodiana da época, o fotógrafo Dennis Stock conhece o então pouco badalado mas promissor ator James Dean. Às vésperas do lançamento de seu novo filme, a vida de Jimmy (como Dean era conhecido entre os mais próximos) não era fácil: além do relacionamento conturbado com a atriz Pier Angeli, Dean não parecia muito à vontade com a fama, apesar dos esforços dos estúdios para transforma-lo em um astro. Prevendo a inevitável ascensão do artista, Stock decide apostar suas fichas em um ensaio fotográfico com Jimmy, mesmo que para isso ele tenha que colocar em risco sua própria carreira.

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Dirigido por Anton Corbijn (de O Homem Mais Procurado e o espetacular Controle: A História de Ian Curtis), Life – Um Retrato de James Dean não é necessariamente uma cinebiografia sobre Dean (aliás, falta uma obra definitiva que consiga transpor minimamente para a tela tudo o que Dean foi). A produção concentra sua narrativa basicamente na amizade entre Dennis e James. Enquanto o primeiro mostrava coragem ao acreditar no potencial da futura celebridade, o tímido e rebelde Jimmy vivia em seu mundo particular, como se não soubesse lidar com tudo o que ocorria ao seu redor. São dois contrapontos bem trabalhados no filme, mas que não ganham muitos contornos uma vez que o argumento não se aprofunda tanto no submundo da indústria do entretenimento. Para além desse grave ponto no roteiro, falta uma identificação do público com seu protagonista. Apesar da semelhança razoável com o intérprete de Juventude Transviada, Dane DeHaan não convence. Seu tipo chega a cansar, seja pelo sotaque preguiçoso ou mesmo pelo olhar forçadamente perdido. Com isso, quem mais se destaca na fita é Robert Pattinson: a cada dia melhor em cena, ironicamente é ele quem surpreende (não à toa, seu nome aparece antes de DeHaan nos créditos, reforçando a tese de que Dean aqui é apenas um mero antagonista).

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James Dean, o original e inigualável.

Life – Um Retrato de James Dean, no entanto, tem seus méritos, especialmente na fotografia competente e no ótimo design de produção, que contribuem muito para a ambientação do projeto. A trilha sonora soa estranha à primeira audição, mas aos poucos se mostra bastante interessante, embora pouco memorável. A verdade é que, talvez como aconteça com outros grandes ícones, é impossível fazer uma história que beire à perfeição do que foi James Dean. Nenhum ator jamais estará à sua altura, dificilmente encontraremos uma beleza tão peculiar como a dele. Logo, para nós fãs, não resta nada além de sonhar com algo que nos faça sentir tanta paixão quanto o apaixonável Jimmy.

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