Escrito e dirigido por Ben Younger, um cineasta de currículo modesto até o momento, Sangue Pela Glória acompanha a incrível história real do pugilista Vinny Pazienza, campeão mundial que, após um grave acidente de carro que o deixou à beira da morte, teve uma das reviravoltas mais inspiradoras do mundo dos esportes.
Definitivamente, Sangue Pela Glória não é o melhor filme do gênero, apesar do incrível potencial de sua trama. Seus principais personagens sofrem de uma intensa falta de desenvolvimento, refletindo diretamente as falhas de seu argumento. Tudo acontece de forma muito rápida: o roteiro é direto e seco, sem muito espaço para aprofundar algumas situações – como a última luta de Vinny, provavelmente a disputa mais importante de sua carreira, mas que recebeu pouco tempo de cena. O único objetivo de Sangue Pela Glória, ao que parece, é narrar fatos, sem se preocupar se o público vai ou não se sensibilizar com o que vê.
No entanto, são as performances sólidas de Miles Teller e Aaron Eckhart (este último, quase irreconhecível) que seguram as quase duas horas de filme. Ambos estão muito bons, especialmente o jovem Miles – e arriscaria dizer que, se Bradley Cooper já foi indicado pela Academia a concorrer um Oscar de melhor ator, não me pareceria muita surpresa Miles também receber uma indicação na mesma categoria. É estimulante ver o quanto o ator vem progredindo, apesar das escolhas recentes um tanto desastrosas. Este certamente poderia ser o papel de sua vida e Miles, literalmente, dá seu sangue, sendo praticamente o responsável por toda empatia que nutrimos por Vinny – mas é uma pena que a produção não colabora para fazer este um grande projeto. Com produção executiva de Martin Scorsese, Sangue Pela Glória é o tipo de filme que você de imediato percebe que poderia ser muito maior, mas fica limitado a ser apenas mediano.